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sábado, 22 de novembro de 2014

Hydro Thunder Hurricane

                                                hydri thunder hurricane
Distribuidor: Microsoft
Programador: Vector Unit
Plataforma: Xbox 360 (Xbox 360)





Original dos fliperamas (arcades), a série Thunder reúne diversos esportes de corrida pouco conhecidos como snowmobiles, veículos offroads e barcos, sempre em jogos que primam pela ação rápida e fácil de pegar. Vinte anos depois do primeiro jogo, o Xbox 360 ganha uma versão comercializada exclusivamente na XBLA, com novidades que vão dos gráficos melhorados a um multiplayer online arrasador.




Arcade levado ao pé da letra

Nos últimos anos a franquia ia se sustentando ao limite e com lançamentos de baixo impacto e acabou virando o espelho de sua desenvolvedora, a Midway, que tentava a duras penas se manter no mercado. Na falência da produtora, a Microsoft comprou os direitos da série e ofereceu o desenvolvimento ao Vector Unit, estúdio recém-criado para desenvolver jogos para a Xbox Live Arcade.

A melhor forma de descrever Hydro Thunder é dizer que ele é um jogo arcade de corrida de barcos. Talvez mais arcade do que qualquer outra coisa já que não é difícil pegar os controles, não é necessário raciocinar e toda a dificuldade está voltada aos bons reflexos do jogador. 

A evolução da corrida também é bastante linear no clássico estilo: ganhe uma corrida, abra a próxima pista e ganhe um barco mais potente. O segredo todo está no quão atento o piloto é ao executar as curvas fechadas e aproveitar rampas de pulo, por exemplo. Como a ação aqui é rápida devido à velocidade que os barcos alcançam (e claro, o frame rate bastante favorável e constante), saber o momento certo de começar uma curva fazendo um jogo de frear e acelerar ao mesmo tempo é quase uma obrigação que se deve aprender logo na primeira pista. 

Não é só a água que se repete o tempo inteiro

Existem oito pistas que se repetem três vezes, uma para cada modalidade. São elas: corrida normal contra outros competidores; Ring Master, que são corridas contra o tempo onde se deve passar por dentro de anéis e a Gauntlet, onde o jogador precisa ser rápido, mas cuidadoso para não se chocar contra barris explosivos. A variedade de pistas é plausível para um jogo desenvolvido para a XBLA com menos de 500 MB, que consegue manter os gráficos ajeitadinhos e bonitinhos apesar da baixa capacidade. O problema se encontra no tamanho das corridas. Na grande maioria das vezes, as corridas têm voltas demais, o que as tornam longas e cansativas. Provavelmente a escolha por várias voltas foi a alternativa que a Vector Unit encontrou para dar mais longevidade às oito pistas, mas infelizmente repetição do cenário acabou se tornando um dos maiores problemas do jogo.

As pistas sofrem de um paradigma irritante. Ora elas mais parecem montanhas, ora elas deixam o jogador em um beco sem saída, literalmente. Vickings jogando machados, trovões rachando o céu e até montanhas desmoronando dentro do mar são alguns elementos que mostram que nem tudo é para ser realista. Essas cenas extras são até divertidas em um primeiro momento, mas na segunda ou terceira volta já se percebe um padrão no que acontece em volta: a onda irá empurrar a lancha para o lado, o machado cairá sempre quando o jogador se aproxima e por aí vai. A linearidade de acontecimentos é previsível e muitas vezes só é preciso pressionar o gatilho para acelerar enquanto se aprecia tudo que ocorre ao redor sem precisar fazer esforço. De contrapartida, há os momentos de desgraça total. Existem pistas cujo percurso possui tantas bifurcações, segredos e objetos agitando mais a água que nunca se sabe exatamente par aonde ir e, quando se sabe, nem sempre se chega aonde se quer. Algumas fases são tão confusas que depois de uma sequência de turbos e algumas rampas saltadas o jogador se vê encurralado de frente para uma parede ou em um beco sem saída.

Enquanto os gráficos seguem a média com cenários ainda que repetitivos, bem construídos, o som é uma desgraça. As músicas, também repetitivas, de nada ajudam a passar o clima que o jogo merece. Para piorar, os efeitos sonoros são deprimentes e parecem cópias do arcade original de 1994 com sons mono e de baixa qualidade. É lamentável ver toda a preocupação que a Vector teve em trazer um bom remake e cometer um deslize desses na parte sonora.

Chame os amigos para a piscina

Se o singleplayer pode chatear um pouco pelos problemas aqui descritos, o multiplayer veio para salvar o piloto do tédio. Se o jogador tem quatro controles e quatro amigos dispostos a partidas locais, Hydro Thunder garantirá boa diversão e com a tela dividida (algo raro hoje em dia). Quando os quatro enjoarem da disputa parelha ou pouco acirrada entre eles é só migrar para os servidores online onde os quatro encontrarão mais quatro jogadores de qualquer lugar do mundo, e aí disputar corridas com a imprevisibilidade de pilotos humanos.



A Summer of Arcade sempre tem jogos de bom nível e Hydro Thunder Hurricane não é exceção. Embora passe raspando na média, ele garante boa diversão para quem estava com saudades de títulos simples e despretensiosos da era dos arcades. O multiplayer local com a possibilidade de migrar para partidas online mesmo com tela dividida foi uma adição bem vinda e muito divertida, e os gráficos são bons para um jogo da Live Arcade, mas a Vector Unit deveria entender que colocar dezenas de voltas em apenas 8 pistas deixa o jogo mais longo, mas não mais divertido.

PrósContras
- Multiplayer local para quatro com tela dividida e possibilidade de entrar em servidores online;
- As pistas são bastante criativas;
- Boa sensação de velocidade.
- Algumas pistas são muito lineares outras muito confusas;
- Corridas longas demais;
- Efeitos sonoros miseráveis.

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